aqui vai em versão à-quem-não-percebe-do-assunto:
O Ti Joaquim tem uma tasca, na Vila Carrapato, e decide que vai vender copos "fiados" aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados.
Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouco o preço da dose do tintol e da branquinha (a diferença é o sobre preço que os pinguços pagam pelo crédito).
O gerente do banco do Ti Joaquim, um ousado administrador formado em curso muito reconhecido, decide que o livrinho das dívidas da tasca constitui, afinal, um activo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento, tendo o "fiado" dos pinguços como garantia.
Uns seis zécutivos de bancos, mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do banco, e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrónimo financeiro que ninguém sabe exactamente o que quer dizer.
Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos, na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (os tais livrinhos das dívidas do Ti Joaquim).
Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países.
Até que alguém descobre que os bêbados da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e a tasca do Ti Joaquim vai à falência. E toda a cadeia sifu...deu.
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