Este blog tem mais de 3 anos. Muita coisa foi partilhada, a maioria sentimentos mais negativos e desabafos. Porque é nessas alturas que mais temos a necessidade de deitar tudo cá para fora.
Sempre que era magoada, escrevia. Sempre que estava triste, escrevia. Sempre que queria gritar, escrevia. Sempre que queria deixar o recado a alguém, escrevia. Era o escape.
Agora pouco escrevo, porque nao ha tempo e o que há tem de ser distribuido entre amigos, familia e o meu mais que tudo - aquele que tem o meu amor para sempre.
Contudo quando algo volta a magoar-me, escrevo. Porque mesmo confidenciando à minha melhor amiga, ha sempre algo que escapa porque nao fui capaz de dizer...
Quando gostamos de alguem, nunca esperamos que essa pessoa nos vá falhar. Quando nos é especial, vemos além dos defeitos, sonhando que se transformem em virtudes. Quando é alguém que nos dá conforto num dia mais frio, esperamos lealdade, honestidade, amizade. Nao esperamos silencio quando ainda há coisas por dizer. Nao esperamos uma fuga para evitar ouvir verdades. Nao esperamos que se passou da paixao, da amizade ou do amor a... nada. Porque nao pode passar de um sentimento tao nosso e tao genuido a nada. A crueldade. A frieza. A silencio.
Mas no fundo criamos sempre demasiadas expectativas. A nós. A nós com os outros. a nós numa relacao. Nem sempre se alcanca e muitas poucas vezes se supera.
Particularizando, a verdade é que as mulheres podem ser muito cabras umas com as outras, mas jogam limpo, porque percebemos quando estamos a ser cabras. Com os homens é tudo bem mais simples. O abandono faz-se aparentemente sem dor, sem confusao. Ausencia definitiva. "Longe da vista...", silencio total. "Mais tarde ou mais cedo acabará por esquecer". Nao resolvem o assunto, encarregando o tempo de o fazer. Curioso... aquele tempo que tentam recuperar por perceberem que afinal perderam tanto...
Mas a verdade: nós gostamos deles cabroes. Já sabemos que o sao mas mesmo assim nao resistimos. Voltamos a cometer os mesmos erros vezes sem conta, até acertarmos....
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