05 abril 2010

set me free

Por muito que se queira dizer a verdade, há sempre mil e uma coisas que nos impedem. Ser mal interpretado, ferir quem nos vai ouvir, receio que a partir daquele momento tudo será diferente, o medo da perda. Mas acima de tudo quando se diz em voz alta torna-se real. E o principal medo é esse. Tornar-se real.

Sempre disse que prefiro uma verdade crua, que uma mentira doce. Porque a mentira é uma ilusão que dura pouco tempo. Uma verdade crua fere nos momentos em que é ouvida, nos momentos seguintes, mas passa. Há-de passar. Com o tempo tudo passa. Uma mentira doce paira no ar como uma ameaça eterna. Volta? Não volta? Confio? Não confio?

A verdade é que eu quis acreditar na minha mentira. Uma mentira doce que me fez estar "ausente" uns meses. Não sou nada do que pensam, mas sou bem mais que isso! Posso mostrar desprezo, posso ignorar, posso sorrir e fingir que estou feliz. Sim isso posso tudo, mas não posso negar que o objectivo era um e apenas um. Que acreditasses/m na minha mentira. Porque pensei que só assim poderia também acreditar nela. Não resultou, porque tal como todas as mentiras... pairam no ar como ameaça eterna. Dizê-la - a verdade - em voz alta, mesmo que ninguém nos ouça, liberta a ameaça que a mentira trazia. Será que me consegui libertar?

3 comentários:

Lu disse...

O problema da mentira é que normalmente tem nome, sobrenome e morada. Como tal, é fácil esbarrar com ela ou cair na tentação de a ir procurar! Quando encaras a verdade, é mais fácil fugir de onde mora ou então mudares-te para lá de vez! A verdade é que, mto provavelmente, só tu acreditaste na tua mentira e esbarraste com "ela" não foi?

Marlene G. disse...

cair na tentação de a ir procurar... é que é isso mesmo! e qualquer desculpa serve! o esbarranço serviu para acordar! venha outro muro para voltar a ter ganas de bater de frente!

Lu disse...

Desta vez, tenta usar capacete e joelheiras!!!***